(eter)

28 janeiro 2008

26 janeiro 2008

evento

Recebo regularmente pedidos de divulgação de artistas, editoras ou acontecimentos musicais variados.

Nunca mencionei aqui nenhum deles, embora haja um ou outro que mereçam alguma divulgação, o que será feito a seu tempo.
Mas este não podia deixar passar, já que foi feito pelo Ricardo Mariano e conta com um nome que lançou no ano passado um excelente disco (Ola Podrida) e só não vou porque Coimbra ainda fica distante e existem outros compromissos, mas aqui fica a divulgação:


Ricardo Mariano, Pedro Sousa, Carla Lopes e Sara Mendes - amigos/colegas e todos da RUC - (e outros elementos menos efectivos) , em co-produção com o TAGV, vão organizar no próximo dia 16 de Fevereiro, sábado, um evento/concerto que contará com Ola Podrida e Magic Arm.
Para além do espectáculo, realizar-se-á uma conversa aberta ao público intitulada: "Os territórios indie e as suas fronteiras" .
Para convidados: Valter Hugo Mãe - escritor, editor, bloger, vencedor do prémio José Saramago de 2007 , João Bonifácio - jornalista e crítico musical do Jornal Público/Suplemento Y, Rodrigo Cardoso - lead manager da editora Borland e membro dos Alla Polacca e Rita Moreira - voz da Rádio Oxigénio e ex-colega da RUC.
Será às 15 horas - dia do concerto - no Foyer do Teatro Académico de Gil Vicente.
Para o encerramento das festividades, afterparty no Salão Brazil.

25 janeiro 2008

aviso

Os links para as músicas aqui disponibilizados (Fileden) expiram dentro de 6 dias, portanto é aconselhável fazer os respectivos downloads antes dessa data.
A partir daí, os novos links terão um prazo de mais alguns meses, antes de serem removidos pelo servidor.

10 minutos de jazz

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24 janeiro 2008

staten island


Mais um grande disco de 2007.

Podia ser a banda sonora de uma qualquer série policial nos anos 70.
Junta de forma perfeita o jazz, o afrobeat, o funk e o soul, com uma secção de metais e percussão que sustentam toda a embalagem, na mais pura tradição da música negra.
O segundo disco "Budos Band II" segue o rasto da estreia, que tinha sido excelente.
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18 janeiro 2008

discos perdidos (IV)

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Resta a "Hang On In There" ser uma peça de colecção rara, pretendida por muitos que fazem do coleccionismo um hobbie, sendo que é um vinil que atinge preços exorbitantes devido à sua raridade e obscurantismo de um músico nas coordenadas de Marvin Gaye ou mesmo Curtis Mayfield.
Recuperado anos mais tarde, depois das comparações com "What's Going On", vale a pena conhecer um disco que entretanto ganhou estatuto, como obra de referência que é, perdida entre centenas de edições do género nos anos 70.
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16 janeiro 2008

expectativas

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É com alguma ansiedade que aguardo pelo primeiro disco desta menina este ano.
Ou direi antes incerteza, já que ainda ninguém me disse que Farah vai ter trabalho editado em 2008.
Mas como o meu instinto está muito forte, estou mais disposto a apostar nela do que nos cavalos do Casanova.
E podem confiar em mim quando digo que, a par de Chromatics e Glass Candy, esta menina vai dar que falar.
Sensualidade latente, pós trip, ressaca de ácidos mal refeita, desencanto niilista num cabaret abandonado, onde as últimas batidas pairam como assombrações de um futuro perdido.
Esqueçam isto, deixei-me entusiasmar.

P.S.- Não ficava nada mal a umas meninas da Radar uma referenciazita, já que aqui também se assume apreciativamente a inspiração em certos momentos.
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11 janeiro 2008

yellow

yellow




Ou este.

08 janeiro 2008

ken nordine

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Ao inventor do Word Jazz (música e conceito) devemos muito mais do que as suas gravações.
Devemos-lhe, entre outros, alguns dos discos de Tom Waits ou Laurie Anderson, já que foi a grande referência para quem debita simples palavras, conta desilusões ou crimes ou, desesperadamente, exige vingança, faz um discurso político e declarações de amor com a música em fundo, sempre num registo falado, impregnado de veneno, doçura ou profundidade.
Além da sua carreira na TV norte americana como voz off, fez muitos anúncios, mas a sua contribuição decisiva foi o wordjazz, que soma hoje muitos devotos, como é o meu caso.
Se muitos pensam que o spoken jazz está perto do seu auge em discos como "Nighthawks At The Diner", de Tom Waits, confiram o que este senhor fez a partir de meados dos anos 50, ele que esteve ligado à beat generation.
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07 janeiro 2008

morreu um pouco de liberdade


(excerto da entrevista de JPG a Luiz Pacheco)
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...O Duarte Pacheco era diabético e um trabalhador incansável… estava lá no ministério até às tantas, a beber leite, era um gajo de facto com uma visão do futuro… depois tinha o apoio do velho Salazar, que também não era tão mal como isso… não era tão mal como isso… era péssimo.. mas enfim… era péssimo, mas também não era como estes merdas que há agora…
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[Batem à porta do quarto, entra um homem]

Visita: “Boa tarde"
Pacheco: “Quem é?”
Visita: “Pacheco?”
Pacheco: “Quem fala?”
Visita: “Aqui é o Armindo”
Pacheco: “É o…?”
Visita: “O Armindo”
Pacheco: “Quem é o Armindo?”
Armindo: “Já não te lembras de mim, pá?”
Pacheco: “O Armindo?”
Armindo: “Estivémos presos no Limoeiro”
Pacheco: “Eu sei lá quem é o Armindo, pá…”
Armindo: “Como é que não sabes…? já não te lembras…?”
Pacheco: “Não, filho, não estive preso contigo, nem com a tua avó...”
Armindo: “Também, com esta escuridão… [no quarto do Pacheco]… eu era um miúdo”
Pacheco: “Olha, vai dar uma volta…”
Armindo: “Vou…?”
Pacheco: “Vai dar uma volta e vem cá amanhã… que estamos a gravar… tu estás a ficar aqui gravado, podes ser preso outra vez…”
Armindo: “Está bem pronto, O.K. Agora que estive a dizer que estive preso e tudo… isso é uma reportagem?”
Pacheco: “É, é… é uma reportagem… mas não é da televisão…”
Armindo: “É da TSF?”
Pacheco: “Vem cá amanhã filho e não sejas preso hoje"
Armindo: “Não, eu aliás já me deixei disso”
Pacheco: “Aguenta-te cá fora, vem cá amanhã, mais cedo, que a esta hora já estou a dormir, se não fosse este maluco já estava a dormir…"
Armindo: “Como me disseram que andavas aqui nas tascas, aqui de roda, de vez em quando…”
Pacheco: “Vai dar uma volta…”
Armindo: “Tchau, adeus… isso fica para a reportagem?"
Pacheco: “Fica…”
Pacheco para o entrevistador: “Não sei quem é, nem tenho óculos… Sei lá quem é esse gajo… Quem será este cabrão, nem vi a cara dele… Armindo? Puta que o pariu. Se ele esteve no Limoeiro deve ser um grande fodido, ainda me rouba… Eu estive no Limoeiro com milhares de gajos, porra, olha o que faltava agora era aparecer-me aqui a tropa toda, milhares de gajos... eu estive lá 3 vezes, imagina o que não era..."
O que é, para si, um libertino?
"As pessoas não percebem nada do que é o libertino. O termo ficou, na linguagem vulgar, associado a coisas disparatadas, como sinónimo de devassidão. Ora libertino não é apenas um devasso. Não é apenas aquele tipo que gosta de ir para a cama com homens, com mulheres, com todos ao mesmo tempo... O libertino é um tipo livre, que está contra todas as tiranias. O Sade, por exemplo... aquilo que o Sade conta está quase tudo dentro da imaginação dele... Repara: o gajo esteve quarenta e tal anos prisioneiro em masmorras e hospícios, e à ordem de quatro regimes: a realeza absoluta, a realeza constitucional, a Revolução e o Império, o que mostra bem como o libertino é o maior inimigo de todos os sistemas e como estes o odeiam, o temem. Porque os sistemas são a ordem e o conforto, ao passo que o libertino é a aventura, é o descontrolo. O Sade está aí. O Sade está entre nós. Mais: o Sade está em todos, dentro de nós."
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[Bate à porta um velho para informar que o almoço é empadão]
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Pacheco: “Este gajo irrita-me. Quando estou a dormir na cadeira ele grita: BOM DIA. Ele não diz bom dia, ele atira o bom dia como quem atira uma pedra."
"... opá, um tipo que quer fazer carreira, se não for parvo de todo e for um bocadinho filho da puta... é facílimo... O meio literário é de cortar à faca, é muito fácil de penetrar. Eu, que nasci em Lisboa, via-os chegar da província, os Namoras, os Amândios César, os Paço d’Arcos, etc., andavam por aí a borbulhar, a deslizar, a ver quem chega primeiro.É como os espermatozóides."
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Considera-se um marginal?
"Eu não me considero coisíssima nenhuma. Eu considero-me um gajo que está aqui sentado."

"... a Maria João Rolo Duarte sabia que o Cesariny recebia mais que eu e, numa festa em que encontrou o Santana Lopes, fê-lo prometer que me aumentava o subsídio. Como ela escrevia na Capital, publicou um texto que comprometeu o Santana. Recebi mais 30 contos por mês, passou para 90 contos. Mais trinta contos por mês, um conto por dia... de repente apareceu-me lá em Setúbal uma carta com retroactivos, 6 meses, foi um balúrdio... 30 contos é uma grande diferença... Gosto do Santana por causa disso. E também porque é um playboy, um gajo dos copos, das discotecas…"

"... De repente sou confrontado com situações de que não lembro de nada... eu andei debaixo de álcool, álcool misturado com drogas, não é o haxixe e essas coisas que vocês tomam agora, era o Lorenine, era o Valium, era essas merdas. Eu tinha dias em que não me lembrava, no dia seguinte, absolutamente de nada... podem contar-me tudo o que quiserem que eu não vou negar, mas vou negar para quê? Já não consegues desfazer em muita gente a opinião que fazem de ti, é muito difícil de desfazer... por exemplo, o B.B., foi ele que apresentou esse livro de Coimbra, o lançamento foi ali na livraria Ler Devagar... eu não fui lá, ficou muito ofendido... eu se fosse lá era para lhe dar com uma bengalada... o gajo começa: “Luiz Pacheco, bebedeiras, prisões, sexo bilateral... até parece que ninguém viu o B.B. bêbedo... eu por acaso vi... às vezes aparecem-me aqui gajos que dizem que me conhecem... sei lá quem são os gajos, não faço ideia nenhuma... um dia destes apareceu aqui um gajo: “eu sou o António Carranca”, como quem diz “eu sou o Napoleão”... eu não fixo caras... quando você chegou aqui, se dissesse “eu sou o Kadafi”, eu acreditava..."
"... Como é que foi o seu 25 de Abril? Opá, os colhões do Padre Inácio... já ninguém liga ao 25 de Abril..."

"... Agora não respondo mais nada... estou cansado... são 80 anos, caramba!... vá, pira-te que eu tenho de mijar e tenho de ir comer qualquer coisa..."

03 janeiro 2008

melhores de 2007

No que diz respeito à música, 2007 foi um ano de muitos e bons discos, embora, quanto a mim, não haja algum que se destaque a grande distância dos demais.

Sendo assim, não vai haver o clássico primeiro lugar, vou sim destacar um disco entre os que referi nas últimas semanas e ao longo do ano, pela lufada de ar fresco que representou Panda Bear e "Person Pitch".
Não é por acaso que foi escolhido por muitos como o melhor do ano, ainda que só nos anos seguintes vá ser reconhecido. A prova de que os ares de Lisboa são uma inspiração séria, num exercício de patchwork evocando Brian Wilson.
Houve uma surpresa de uma nova editora, Italians Do It Better que, ao contrário do que o nome indica, é norte americana e que lançou a compilação "After Dark", com o mérito de dar a conhecer alguns artistas dos quais se poderão esperar boas surpresas no futuro e outros que representam praticamente milagres (Chromatics e Glass Candy).
O disco "Night Drive" dos Chromatics, também de 2007, é excelente e promete evolução.
Se conhecerem as primeiras gravações destes dois projectos, notarão certamente a passagem de modo experiência (e má) para um outro tipo de sonoridade que vem, de algum modo, inovar ao buscar referências aos anos 80 (não se assustem), ao que alguns metem o rótulo de electro dark wave, com elementos electrónicos e film noir mas, ao invés do que outros já tinham feito, são muito contidos, o que lhes dá o toque de classe extra.
Esperemos o que nos vão trazer em 2008, mas em 2007 foi a melhor compilação.
Não incluí o disco de Radiohead ou de Arcade Fire, já que o objectivo das escolhas de final de ano do (eter) é mais o de dar a conhecer o que de novo e mais alternativo vai acontecendo e desses discos e artistas já muitas opiniões surgiram.
Finalmente, a melhor estreia de 2007, o jovem de 22 anos Patrick Cleandenim e o disco "Baby Comes Home", que tem direito a música e a foto, já que ainda não tinha tido direito às respectivas.
Começa assim: "I saw you walkin' with a vampire last night".
Os outros podem conferir mais abaixo. São todos excelentes discos.

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01 janeiro 2008

reveillon

Estava a pensar tentar uma surpresa aqui, mas depois de ver a Sabrina cantar na RTP com os gato fedorento, desisti da ideia.
Além disso, fiquei estupefacto com o estado de saúde da menina.
A evolução da espécie no seu estado natural, ao vivo.
Quem dizia que os 80's não sobreviveriam ao séc. XXI?
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