rhythm & soul
No post anterior aparece uma música sem uma base sólida (rítmica) que a sustente, logo a divagação se torna possível na sustentação virtual desse som atmosférico.Partindo daí, todos os caminhos (escolhas) se tornam possíveis e a mente abre-se de determinada forma, construíndo ou podendo construir uma base de apoio.
No caso presente temos só a base de toda a música arcaica - a base rítmica.E se temos solo divagamos então para o etéreo, atingindo também outro estado extático.
Isto vem a propósito de um estudo que fiz há uns anos e que serviu na altura para a tese de fim de curso, sustentada por um trabalho de campo numa comunidade de auto-exclusão social, em Espanha, mais propriamente numa floresta da Galiza, na qual um dos objectivos dos elementos consistia em obter estados de transe através de alucinogénicos (prrincipalmente naturais, como cogumelos), mas que se prolongavam depois, ou mesmo inciavam-se através da música, em concreto por secções rítmicas repetidas possibilitadas por vários instrumentos de percussão.
Se o respeito em relação ao poder da música já existia, reforçado ficou.
Nada mais natural na fuga ao mundo que nos cerca e aprisiona nos sentidos, afinal, que essa técnica arcaica de êxtase.
8 comentários:
FEEL GOOD ????
Já agora porque caralho de carga de água é que quando abro o teu blog aparece um filho da puta qualquer numa prancha de Skate a vender toques foleiros de telemóvel???
Foda-se que até assusta!
Abraço libertário!
Sam
a mim tb me aparece, não sei porquê...
alterei as configurações de segurança de internet e já não aparece.
pode ser esse o problema.
Quanto à perplexidade pop-up, para o caso de não estar resolvida (a mim aparece umas vezes, outras não), acho que alguém já teve esse problema, e estava relacionado com um contador ou sitemeter qualquer, que incluía a "subscrição" de publicidade na fine print da conta, ou assim. Just in case.
Quanto ao resto, sounds very interesting. Aí está um trabalho de campo instigante (e não só pelos cogumelos...). Agora fiquei curioso...
parece que agora já consegui resolver.
quanto à curiosidade, o trabalho constou do estudo (final de licenciatura em sociologia) dessa comunidade, que é uma entre algumas que existem na Europa e não só, de indivíduos que optam por se afastarem da sociedade, criando assim uma sinergia comunitária que lhes permita sobreviver em condições adversas, logo pelo facto de não haver bens de consumo para adquirir, logo terem de assegurar a sua própria alimentação e necessidades básicas.
Foi um trabalho que teve por metodologia a observação directa participante, portanto o very interesting fica explicado, embora também tivesse sido muito complicada a mudança de um meio predominantemente urbano, onde estamos habituados a movimentarmo-nos, para algo completamente diferente, logo very difficult.
Estas comunidades têm alguns pontos de contacto com o movimento hippie/contra-cultura dos anos 60.
Normalmente quem ali chega teve um percurso de festas onde as drogas psicadélicas são habituais e começam a pôr em causa os valores sociais dominantes, isto derivado da diluição psico-social da personalidade; tudo isto (re)começou em fins de 80, princípios de 90 com as primeiras raves, embora nessa comunidade que estudei já houvesse elementos com 50/60 anos e a viver lá há muito mais tempo.
por exemplo, muitos vendedores de artesanato que se vêem em certos eventos (feiras, etc.) aprenderam muitas vezes essa arte nessas comunidades, bem como grupos de música de rua, etc.
obviamente é uma realidade muito escondida, que a maior parte das pessoas nem sonha existir.
rituais de ascensão psicadélica (ligados ao xamanismo), sexualidade promíscua, desenvolvimento individual de libertação social, etc., são algumas características.
e muito boa gente encontrei lá.
Gracias pela sequela explanativa. É mesmo um achado de pesquisa. Very difficult, certamente (exacerbando o very difficult que a observaçao participante é, já de si), não é qualquer um que se habilitava a tanto, mas very very interesting. Não deu lugar à publicação de nada, artigo ou assim? Pelo que um estranho vê do abstract, justificava-se. Ou talvez seja antes um capítulo para as memórias.
Foi publicado apenas na universidade, ficando para consulta posterior.
Pela pesquisa que fiz, julgo ser dos únicos do género, já que não encontrei bibliografia relevante depois de longos meses de pesquisa, excepto os clássicos como Mircea Eliade, que fizeram o estudo de sociedades/comunidades mais primitivas.
De qualquer modo, optei por não trabalhar como sociólogo e como em portugal não há dinheiro para investigação... kaput.
It's a pity, indeed...
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