(eter)

30 dezembro 2006

prazeres vários



Provar o Poeira e acompanhar o Remy com os Edmundo da Montecristo.
O Quinta do Vale Meão de 2000 também tem os dias contados.

29 dezembro 2006

camera obscura

Da banda escocesa com nome português já se disse que fazem uma pop pastoral e que têm muitas semelhanças com a pop dos anos 60.

Têm um bom disco este ano, até com um cheirinho a country, e com o must retro a dar um toque extra.
O que ainda não se disse foi que Denise James já evoca há algum tempo essas memórias dos fifties/sixties com muita qualidade, como se pode comprovar aqui.
De qualquer forma, têm algumas pérolas, como esta:
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canções perfeitas (II)


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27 dezembro 2006

rhythm & soul

No post anterior aparece uma música sem uma base sólida (rítmica) que a sustente, logo a divagação se torna possível na sustentação virtual desse som atmosférico.Partindo daí, todos os caminhos (escolhas) se tornam possíveis e a mente abre-se de determinada forma, construíndo ou podendo construir uma base de apoio.

No caso presente temos só a base de toda a música arcaica - a base rítmica.E se temos solo divagamos então para o etéreo, atingindo também outro estado extático.

Isto vem a propósito de um estudo que fiz há uns anos e que serviu na altura para a tese de fim de curso, sustentada por um trabalho de campo numa comunidade de auto-exclusão social, em Espanha, mais propriamente numa floresta da Galiza, na qual um dos objectivos dos elementos consistia em obter estados de transe através de alucinogénicos (prrincipalmente naturais, como cogumelos), mas que se prolongavam depois, ou mesmo inciavam-se através da música, em concreto por secções rítmicas repetidas possibilitadas por vários instrumentos de percussão.
Se o respeito em relação ao poder da música já existia, reforçado ficou.
Nada mais natural na fuga ao mundo que nos cerca e aprisiona nos sentidos, afinal, que essa técnica arcaica de êxtase.



26 dezembro 2006

planar

"...a bagpiping masterpiece which - similar to his previous release - celebrates and emphasises the bouncing of sound off a solid force: the physical nature of sound reverberating in a specialised environment."


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make a classic

De tempos a tempos, DJ Shadow faz recuperações deliciosas de sonoridades de décadas passadas que poderiam muito bem ser clássicos da altura.

Já o tinha feito em "Six days" e já este ano voltou a fazer de novo com "This time i'm gonna try it my way".
Se o primeiro evocava algum do sentimento hippie, este dá vida ao tipo de soul que algumas gerações só conheceram com algum Tarantino.
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25 dezembro 2006

22 dezembro 2006

versões escolhidas (III)

Uma das excepções em que se acrescenta algo mais ao original, o que já não é pouco.
A versão dos Massive Attack também seria uma boa hipótese.

yo la tengo - be thankful for what you've got
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19 dezembro 2006

orientalidades ocidentais

Apreciador que sou das sonoridades orientais, entre muitas outras de todas as latitudes, vejo surgir alguns exemplos emergentes de cristalização do 4º mundo.

Se é verdade que o purismo é um dos meus estandartes, admito a democratização (obviamente mixada), desde que traga influências pedagógicas ao povo dramaticamente ignorante, produto do arquétipo cultural dominante.
Posto isto, pode-se considerar de alguma utilidade a música de Susheela Raman, filha de pais indianos e nascida em Londres.
Temos aqui em baixo dois dos melhores exemplos:

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dj shadow

mais 2006

Mais dois avanços para quem quiser fazer a lista dos melhores de 2006:
Micah Hinson, que de azar em azar na vida pessoal fez um bom disco e o projecto de Stephin Merritt (Magnetic Fields), os Gothic Archies.

the gothic archies - run away from the bad beginnings

micah p hinson and the opera circuit - diggin a grave
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14 dezembro 2006

mind

"O conceito de génio como semelhante à loucura tem sido cuidadosamente alimentado pelo complexo de inferioridade do público"
Ezra Pound

peter green - super natural

citações

"A música é o verbo do futuro"
Victor Hugo

"A música pode ser o exemplo único do que poderia ter sido - se não tivesse havido a invenção da linguagem, a formação das palavras, a análise das ideias - a comunicação das almas"
Marcel Proust in "À Procura do Tempo Perdido"

"O homem que não tem a música dentro de si e que não se emociona com um concerto de doces acordes é capaz de traições, de conjuras e de rapinas"
William Shakespeare in "O Mercador de Veneza"

"Só a música pode falar da morte"
André Malraux in "A Condição Humana"

"A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende"
Arthur Schopenhauer

13 dezembro 2006

crackers

Crackers spoil
In the California sun
Autumn leaves
But she never said where she was going
In your heart
Your mind grow dumb
You feign surprise to learn that
That’s where babies come from

In the barracks
By the army cot
There’s a feller who’s just cut his face shaving
And as he bleeds
On his pillow in the dark
Waiting for the morning
when he gets to go online to you

lambchop - crackers.

11 dezembro 2006

dead combo



yo, brother

Não se pode dizer que seja grande conhecedor de hip-hop, excepto na sua vertente influenciadora de sub-géneros instrumentais que partem do drum'n'bass para esses territórios.
Tendo em conta que o ecletismo é uma característica deste blogue, temos um caso de alguém que, nos states, foi sentenciado à prisão perpétua por tráfico de cocaína (!) e que tem talento na área musical onde se insere (inseria) para dar e vender.
A música em baixo é de um projecto algo obscuro - one gud cide - do qual Twisted Black era uma das metades e que gravou em 1995 o disco onde esta música está incluída.

O que me interessa é a qualidade intrínseca, logo a inclusão aqui no (eter), que não será, em princípio, a última no género.
O nome da música é "Game of Life".
Não te esqueças das regras, brother.

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grandes mestres (III)

No Paquistão foi acusado de ter subvertido as rígidas regras da música qawwali, que os místicos islâmicos Sufis interpretam.

Foi dos primeiros a discernir a possibilidade de aproximação dos povos pela música, logo ele que representou uma forte tradição musical mística islâmica.
As canções de oração a várias vozes convivem num ambiente hipnótico de exaltação e transe colectivo, emergindo depois Nusrat com os seus requebros hipnóticos e com a sua potência vocal a lançar o feitiço, como deve acontecer na festa qawwali.
Sendo assim, o mestre cumpre a sua função: a de reduzir a distância entre o criador e a sua audiência, seja qual for o credo desta.

"...a música dos Sufis é como uma ponte que une vários povos. Convida todos a darem as suas mãos. É o caminho da reconciliação."
Nusrat Fateh Ali Khan
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07 dezembro 2006

criatividade


Em tempos tão escassos de criatividade musical, onde a reciclagem é palavra de ordem, raros são aqueles que ainda conseguem inovar, surpreender e, simultâneamente, manter a qualidade bem alta.
Temo bem que actualmente não se vislumbre muito mais além dos excelentes Fiery Furnaces.
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Disco do ano?
Não.
O som para a próxima década.
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video

Melhor do ano?
Diz-se por aí que é este...
bonnie "prince" billy - "cursed sleep"

2006

Um dos discos do ano (se bem que não seja grande adepto dessas listas, que quase nunca são as minhas) será o da colaboração entre Isobel Campbell e Mark Lanegan "Ballad Of The Broken Seas". Fica o mp3 e o vídeo.

isobel campbell e mark lanegan - ramblin' man

05 dezembro 2006

concertos (cat power)

Festival Radar, Cat Power, Aula Magna 4/12/2006
Numa sala completamente esgotada, em que muita gente teve de ficar de pé, a menina entrou feliz e saltitante, dançando nos seus brand new portuguese shoes.
Se a banda era competente, também era, na mesma medida, aborrecida e previsível.
Afinal não vieram as back vocals nem os violinos mas, ironia, o concerto só melhorou quando a banda saíu e ficou a estrela só em palco, mostrando então o seu brilho intenso e um fogacho de um talento enorme, além da prova de que seria num concerto mais intimista e numa sala mais pequena que todo esse brilho se intensificaria.
O público teve até direito a uma das cenas que tornaram os seus espectáculos famosos, interrompendo a música a meio para dar indicações aos técnicos de som (o que resultou, diga-se) e, inclusive, parar e deixar a música para iniciar outra.
Depois de saber quais as bandas que já a acompanharam em concertos nos states, esta, como já referi, deixou a desejar, embora fosse competente.
Deprimente foi observar a apoteose em que Cat Power saíu, levada por um público que mostrou um grau de exigência muito reduzido, num concerto que até a própria sentiu que não terá sido muito conseguido e que teve o bom senso de não fazer encores.
Longe de ser um mau concerto, foi apenas (para as expectativas) bonzinho, muito pelo equívoco de uma banda que me parece não se ajustar à sonoridade cat power, a pedir mais contenção e emoção.

04 dezembro 2006

punk

Li algures - sobre bandas punk do passado - que os Clash isto e os Ramones aquilo.
Mas, embora não desgoste dos atrás referidos e Sex Pistols à parte, os nomes que mais atitude punk tinham (embora totalmente diferentes) e que mais contribuíram para o meu universo musical foram os Cramps e os Dead Kennedys.

the cramps - human fly

the cramps - she said

dead kennedys - too drunk to fuck

dead kennedys - california über alles
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02 dezembro 2006

versões escolhidas (II)

Aqui há uns tempos descobri que alguém tinha gravado uma versão de uma música que pertence a um dos meus discos preferidos, um dos que grande influência tiveram em mim.

Tinha na altura 15 anos quando saíu e o comprei, o que em parte explica muita coisa.
Mas quando ouvi a versão, logo as memórias apareceram, imagéticas, recordando especialmente uma petite fille parisienne conhecida nesse verão e que, ironia do destino, tinha uma paixão por esse disco.
Escusado será dizer que nem foi necessário grande esforço linguístico, no que ao vocabulário francês diz respeito.
O disco "Hounds of Love" é de Kate Bush e data de 1985.
A versão é dos Placebo.
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contacto espacial


O excelente Rogério Casanova da Pastoral Portuguesa resolveu linkar o (eter) com um dos seus anagramas.

E se já desconfiava da distância que me separava daqui, a confirmação chegou.
Fica aí então o Olá de Marte com a banda sonora correspondente para o que resta do fim de semana.
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29 novembro 2006

Julio Cortázar

"Até agora, nunca tinha amado as suas amantes; havia algo nele que o levava a tomá-las demasiado depressa para ter tempo de criar a aura, a zona necessária de mistério e desejo que lhe permitisse organizar mentalmente aquilo que poderia um dia chamar-se amor."
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alice






Alice in wonderland

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Waits on Alice

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tom waits - alice

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28 novembro 2006

grandes mestres (IV)

Grande virtuoso das tablas e filho de outra lenda (Ustad Alla Rakha), ouvir Ustad Zakir Hussain é para mim uma experiência religiosa.

O hipnotismo gerado leva a um estado de meditação e a um lugar fora do tempo, que tenho utilizado ao longo dos anos e que sempre permite o acto expiatório ou, pelo menos, a limpeza mental e o silêncio interior.
Não me perguntem porquê, mas é um dos meus altares mais eficazes.
Desde sempre no posto de escuta, é o momento de partilhá-lo com os mais distraídos.
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27 novembro 2006

cesariny

you are welcome to elsinore

Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício

Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição

Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita

Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar


"Eu acho que se se é surrealista, não é porque se pinta uma ave, ou um porco de pernas para o ar. É-se surrealista porque se é surrealista!"
"[o amor] É a única coisa que há para acreditar. O único contacto que temos com o sagrado. As igrejas apanharam o sagrado e fizeram dele uma coisa muito triste, quando não cruel. O amor é o que nos resta do sagrado."

26 novembro 2006

filactera

Não se pode dizer que as edições de jazz em Portugal proliferem, já que não há mercado que sustente tal investimento.
Mas de vez em quando os nossos consagrados gravam e fica a certeza que não é por falta de qualidade nem de ideias que a cena não se desenvolve.
Em 2002, inspirado nos comics e em jeito de homenagem aos autores, Mário Delgado grava "Filactera", um excelente disco em que as influências dos diferentes personagens são notórias.
Dois exemplos, um dedicado a Enki Bilal e outro a Morris & Goscinny.

mário delgado - a mulher armadilha

mário delgado - i'm a poor lonesome cowboy (reprise)
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24 novembro 2006

recordar

Ode à inocência.
Perdida.

jeanette - porque te vas

22 novembro 2006

21 novembro 2006

cat

Aproveitando a embalagem "a não perder" que parece ser fértil nesta época, façam o favor (não a mim) de irem ver esta menina. Junto duas canções (a outra já está há bastante tempo no posto de escuta).
Dia 4 de Dezembro na Aula Magna lá nos encontramos.

p.s.-ouvi dizer que ía a orquestra toda, violinos, violoncelos e "back vocals" incluídos.

cat power - werewolf

cat power - lived in bars

20 novembro 2006

rock 'n' roll (II)

Houve um período algures nos anos 80, em que certo rock se caracterizava por uma energia e por uma lírica despretensiosa e até um pouco ingénua, reminiscências de qualquer coisa legada de "streets of fire", o que já estará a dar alguma má disposição a alguns e saudosismo a outros.

Os Gossip, já neste século, voltam a trazer essa atitude herdada do punk e têm na volumosa presença e poderosa voz de Beth um dos grandes trunfos.

"Gossip is young + full of blood. We have existed for 5 years. We are a punk band consisting of 3. We are interested in art, change, the underground, dancing, fashion, punk history, crime and movements. We will nvr die. We are artists, poets, cooks, writers, feminists, designers, musicians & djs. This is life dedication to action, passion & drive."
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Ficam aqui duas músicas do disco de 2006 "Standing in the way of control".
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19 novembro 2006

pif paf

Só uma correcção, caro Tiago:
É , de haver passado meia hora.
...É uma obsessão minha.

17 novembro 2006

ali farka toure

Quando iniciei este blogue, já esta lendária figura da world music tinha deixado este mundo.

Embora com atraso, aqui fica a referência e a homenagem ao bluesman do Mali.
Ali Farka Toure nasceu em 1949, começou a tocar guitarra em 1956 e faleceu em 2006.
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15 novembro 2006

Amadeo de Souza-Cardoso

A não perder.

De 15/11/2006 a 14/01/2007
10h00 às 18h00
Galeria de Exposições da Sede, Piso 0 e 01




14 novembro 2006

drome(d)

Mesmo na net, onde quase tudo se encontra, é difícil obter referências a "Dromed", disco de 1995 do projecto Drome.

Drome é um dos projectos do alemão Burnt Friedman (nome artístico de Bernd Friedmann), entre os quais Flanger (com Atom Heart), Non Place Urban Field e Bernie The Bolt.

Drome foi um projecto de chill out ambiental, embora muito diferente dos existentes até então, já que era composto de break beats em slow motion, algo que, até à data, destoava dos projectos de música ambiental mais relaxante de night recover.
Oiçamos duas dessas peças avant-garde da colecção que este disco representa.


13 novembro 2006

muses

Um dos discos mais inspirados e equilibrados em força e suavidade da década de 90, o primeiro a solo da voz dos Throwing Muses - Kristin Hersh - foi este "Hips And Makers" de 1994.

Se "Your Ghost" teve o merecido destaque como single de sucesso, "A Loon", outra das grandes canções do disco, já não teve essa sorte.
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09 novembro 2006

mainstream


Quando me convidaram para passar música num certo bar, há já uns tempos, um amigo próximo avisou-me: "vais dar pérolas a porcos".
Eu no meu optimismo refutei, alegando pedagogia.

Mas há coisas que não se ensinam.

08 novembro 2006

vernissage


Exposição colectiva em que participa um amigo.

07 novembro 2006

lost souls

Quando os dEUS lançaram em 1995 "My sister = My Clock", um disco mais experimental e inacessível, o prenúncio da separação já se sentia pela junção de criatividades díspares que esse disco representava.

Do quinteto de Antuérpia saíram, assim, Rudi Trouvé e Stef Carlens, para formar os Kiss My Jazz (entre outros projectos) com outros músicos belgas (no total de 16 !). Na verdade, a banda já havia sido formada em 1991, embora tocando só ao vivo em registos ocasionais, fazendo a estreia discográfica em 1996.

Este disco, "In The Lost Souls Convention" foi gravado em 1997 e da música que os Kiss My Jazz fazem não se pode dizer muita coisa, ou, pelo contrário, ter-se-á que dizer muita coisa, tal a estranheza e a diversidade das influências da música que fazem.
O jazz, rock, non-sense, anarquismo musical por vezes, a confusão, o imprevisto, há de tudo.
Vamos ouvir três exemplos distintos de um disco onde a heterogeneidade impera.
" Jesus is alright ".
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banda sonora (I)


the george baker selection - little green bag

stealers wheel - stuck in the middle with you
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06 novembro 2006

03 novembro 2006

and dance

Figura maior da cena disco e ícone gay negro americano nos anos 70, quer-me parecer que só nos circuitos gay é que se conhece e idolatra Sylvester, essa grande figura da música que marcou essa época.
Oiçam esta faixa e continuem a dançar.


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let´s dance













02 novembro 2006

music blogs

more music?
ok

red snapper

Na primeira vaga trip-hop surgiram muitos projectos que desapareceram como surgiram: rapidamente.
Os Red Snapper foram dos primeiros a surgir, mas o seu som nunca permaneceu imutável e foram ficando, nunca se conformando com as primeiras fórmulas.
Pelo contrário, o seu som foi evoluíndo e, de disco para disco, as novidades conceptuais traziam sempre diferenças relativamente aos antecessores.
O disco que mais me prendeu a atenção foi este "Prince Blimey" de 1996, fortemente marcado pelo jazz, mas - sinais dos tempos - fortemente narcotizado.
Baixos poderosos num registo mais drum 'n' bass.

red snapper - 3 strikes and you're out

red snapper - fatboy's dust

red snapper - the paranoid

red snapper - the last one
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01 novembro 2006

bomba etérea

É com um sentido agradecimento que a gerência assinala o (eter) na lista de destaques desta menina inteligente que é uma bomba e que, pela natureza do nome, faz o verdadeiro blow (up) job blogosférico.

new kind of blues

Quando Alan Vega , voz dos Suicide, se juntou a Alex Chilton e a Ben Vaughn para uma gravação entre amigos, só se podia esperar algo completamente diferente. O resultado?

Uma estranheza que se cola às entranhas e que vislumbrou novos caminhos para o blues, ainda não devidamente percorridos por outros.
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O disco "Cubist Blues", datado de 1996, foi gravado em duas sessões nocturnas de improvisação, o que o aproxima da tradição jazz; todas as músicas foram gravadas à medida que iam sendo criadas no estúdio nessa two nights session.
O futuro é já aqui.







31 outubro 2006

antípodas

(not so) private joke.

directrizes

Vão ser os primeiros e últimos aqui publicados.
Até mudar de ideias...

“Embriagai-vos.
Deve-se estar sempre embriagado; nada mais importa.
Para não sentir o horrível fardo do Tempo que esmaga os vossos ombros e vos faz pender para a terra, deveis embriagar-vos sem tréguas.
Mas de quê?
De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha, mas embriagai-vos!
E se alguma vez, nos salões de um palácio, sobre a erva verde de uma vala ou na solidão morna do vosso quarto, acordardes de uma embriaguez evanescente ou desaparecida, perguntai ao vento, à vaga, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio, vos responderão: “São horas de vos embriagardes!
Para não serdes escravos martirizados do tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem cessar!
De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha”.

Baudelaire


CÂNTICO NEGRO
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.
Não, não vou por aí!
Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
Sei que não vou por aí.

José Régio

mazzy star

Como acho injusto que uma menina de 20 aninhos não conheça este disco, aqui vão 3 músicas desse clássico de 1993. Mazzy Star - "So Tonight That I Might See".
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