(eter)

12 outubro 2006

pork

E ao terceiro disco, os Fila Brazillia, figuras de proa (e penso que editores) da Pork Records, atingiam a plenitude do seu som planante umas vezes, ácido noutras, dançável noutras, mas sempre contido e elegante.

A dupla Cobby/McSherry produziu 19 discos até à data e parece estar para durar, o que constitui um caso de longevidade assinalável neste tipo de música, onde as colaborações entre músicos/produtores são frequentes e muitas vezes os projectos de origem se vão desintegrando com o passar do tempo.
Este foi um projecto sempre consistente e penso que o auge desta colaboração (dos 7 discos que tenho) aconteceu em "Mess", datado de 1996.
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8 comentários:

LF disse...

Tenho algumas coisas dos Fila Brazilia gravado em cassetes. Suponho que de 1998,1999.
É um estilo de som agradável, mas que nunca me tocou da mesma forma que outros estilos musicais, mesmo sem sair do domínio do pop (e sem entrar no domínio da ópera ou música clássica em geral).

Adoro música de dança, música de dança profunda (house, techno) daquela que por vezes ainda é possível ouvir no Lux, e que há uns anos atrás fazia das noites do Kremlin (e antes do Alcântara-Mar) talvez as mais inesquecíveis da minha vida, no que a discotecas diz respeito.
Em ambiente de discoteca, depois de uma boa noite de copos, aqueles sons provocavam-me sensações de prazer profundo, e de elevação absoluta, fazendo-me chegar a casa, já com o sol a brilhar nos céus, com a sensação de ter passado por um sonho. Mesmo sem ter recorrido a qualquer substância ilícita.

O estilo Fila Brazilia parece-me, ao invés, bastante mais frio e sem sal. Sem o sal do Techno, sem o sal do rock pesado, punk ou heavy(que também teve os seus dias de glória) ou do pop mais melódico (estilo Ed Harcourt, Cristina Doná ou Elliott Smith) que também oiço com frequência.

A "Fila Brazilia", e ao Acid Jazz em geral (falaste num post anterior de "Kruder e Dorfmeister", que também tenho em casa) falta-lhe, no meu ponto de vista, intensidade. É essa a palavra correcta: intensidade.

Torna-se numa excelente música ambiente (para um bar, por exemplo, onde sirva de banda sonora a uma conversa), mas falta-lhe essa intensidade que faça vibrar numa audição solitária.

Anónimo disse...

trata-se, de facto, de música mais cerebral e não tão emotiva como outras.
ainda assim, a música mais ambiental (embora este disco seja diferente de outas gravações deles) tem outros propósitos, que não os de arrebatamento, por exemplo.
dando um exemplo culinário, tanto gosto de uma feijoada como de um prato vegetariano bem confeccionado, há momentos para tudo.
dado o meu ecletismo por natureza, tendo a procurar todos os azimutes, todos os espectros que completem os diferentes gostos; não é um tipo de música para audições solitárias, mas sim que privilegia o social, porquanto não retira protagonismo ao convívio, não se pretende impor, digamos assim, ao invés de outras que exigem toda a atenção para se poder retirar o prazer da audição.
mas atenção que este disco é um pouco mais complexo que os restantes e mais jazzístico, além de mais ritmado.
p.s.-e pc novo para ouvir as musiquinhas?

LF disse...

Eu gosto mais de feijoada do que de pratos vegetarianos.
E na música, o prazer que tiro é precisamente esse arrebatamento de que falas, sem o qual me faz pouco sentido, por exemplo, comprar discos.
Admito que esse estilo seja, como já disse, óptimo para ouvir num bar. É agradável (digamos assim). Apenas agradável.
E em qualquer objecto artístico, dizer-se que é agradável, ou engraçada, ou qualquer adjectivo do género, soa-me a insuficiente.

Anónimo disse...

so assim por acaso... alguem sabe me dizer em que album ou onde posso encontrar uma das melhores musicas que os Fila fizeram? chama-se "feel the beans", acho que é assim.... waiting for some news

Anónimo disse...

penso que será "spill the beans" do disco "jump leads".
feel the beans será certamente outra questão...

Anónimo disse...

... pois, tem mais lógica se bem que feel the beans daria um bom anuncio a qualquer anuncio de enlatados.... obrigado.

Anónimo disse...

alguém me corrija se estiver enganado.

"Mess" é o 3º disco dos FB, feito com o material que sobrou dos 2 primeiros, certo?

tenho esse disco. acho q se trata do melhor registo dos FB. depois de "Mess" deixei de acompanhar a sua música. soava-me a algo repetitivo.

Anónimo disse...

sim, é o 3º e sim, os discos seguintes, à excepção talvez de "black market gardening" ou "luck be a weirdo tonight" começaram a ser mais do mesmo.
este é, talvez, o mais interessante de uma fórmula que entretanto se gastou, mas nunca é demais recordar e por isso deixei aqui o post RIP.